23 de fevereiro de 2012

Pastor abandona púlpito de megaigreja e vira “sem abrigo”

Durante uma semana, pastor experimentou o que é ser um “sem abrigo”.
O pastor Thomas Keinath, da megaigreja Calvary Temple, localizada em Wayne, New Jersey, abandonou o púlpito da sua congregação, que reúne mais de 2000 pessoas em cada domingo. A Calvary fica num bairro rico da cidade e o pastor surpreendeu a todos quando anunciou que passaria a morar nas ruas como um “sem abrigo”.

Podendo escolher entre tirar uns dias para ficar com a família ou participar de alguma conferência bíblica, ele passou uma semana das suas férias vivendo entre os sem-abrigo e mendigos de Paterson, cidade vizinha de Wayne.

Durante o dia, ele podia ser visto vagueando pela cidade, parecendo apenas mais um homem sem ter para onde ir. À noite, ele juntava-se a outros moradores das ruas, fazendo fogo em tuneis para manter-se aquecido enquanto as temperaturas caíam drasticamente. Várias noites ele dormiu rodeado de lixo sob o viaduto de uma estrada interestadual. Ele passou a escrever “mini-biografias”, das cerca de 50 pessoas que conheceu, para poder lembrar-se delas e das suas histórias de vida.
Porque é que ele fez tudo isso? Para o pastor, a explicação é simples: “Eu precisava entender o que eles passam, eu precisava sentir a sua dor. Como é que eu poderia levar ajuda ou cura para as ruas se eu não sabia quais são as necessidades dessas pessoas?”

O pastor Keinath passou sete dias e sete noites nas ruas e agora sabe como essas pessoas pensam e a opinião que elas têm das igrejas. Durante essa “semana de férias” em que viveu na rua, teve a oportunidade de pregar e orar pelas pessoas. Ele calcula que chegou a ter cerca de 75 ouvintes nas reuniões feitas na rua. “Não havia uma pessoa sequer, seja sem abrigo ou toxicodependente, que abertamente rejeitasse a esperança que eu estava tentando oferecer”, disse.

Por isso, o pastor pretende mobilizar a sua igreja e as outras da cidade a não olhar mais para os sem abrigo com uma atitude do tipo “tome um pouco de dinheiro ou comida e não me perturbe mais”. Thomas Keinath organizou em janeiro uma vigília de oração com outros pastores no parque Barbour Park, em Paterson. O tema foi “reconstruindo os muros e restaurando as nossas ruas.”

“As pessoas têm de saber que os Cristãos realmente se preocupam com elas. Isso é parte do que somos como crentes no Senhor. A minha identificação com eles derrubou muitas barreiras”, disse Keinath, que já pregou em 21 nações e entende esse como seu maior desafio.

Desde que voltou ao púlpito da Calvary, as carrinhas da igreja estão a transportar os sem-abrigo que desejam participar dos cultos de domingos. Mas isso é apenas o começo do que o pastor está a chamar de “solução a longo prazo”, que inclui a construção de um centro patrocinado pela igreja que pretende “abrigar os sem-abrigo, ao mesmo tempo ajudando-os a recuperar-se, inclusive dos vícios em álcool ou drogas”.

Segundo Keinath, que afirma ter apoio total dos membros, a Calvary está a seguir o exemplo dado pelos Cristãos de Cesareia. No início do quarto século, a cidade foi atingida por uma praga. Enquanto todo mundo fugia da cidade, os Cristãos ficaram para cuidar dos doentes e moribundos.

Na ocasião, o historiador da igreja Eusébio escreveu: “Durante todo o dia, alguns Cristãos cuidam dos moribundos e enterram os mortos. Há um número incontável de pessoas pelas ruas que não tem quem cuide delas. Enquanto isso, outros Cristãos se encarregaram de alimentar os famintos”.

“Eu sinto”, explica o pastor, “como se Deus estivesse a dizer: Voltem às vossas raízes. Voltem para onde as pessoas estão a sofrer hoje”.

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